sábado, 24 de abril de 2010

Ao mestre, com carinho

por Vivian Lourenço

Não vou escrever sobre o Ricardo Gomes, nem sobre a eliminação na semi-final do Campeonato Paulista para o Santos, muito menos escreverei sobre a vitória sofrível de quarta-feira que nos fez avançar para mais uma fase da Taça Libertadores da América.


Peço licença a todos os torcedores e leitores do Diretoria Tricolor para eu poder prestar a minha homenagem ao responsável por eu ser São-paulina: O mestre, professor... o eterno Telê Santana.

Era 1990, eu tinha apenas poucos anos de idade, nem entendia nada do mundo. Mas um time me chamou atenção. Tanta atenção que foi amor à primeira vista, inevitável e vitalício.


O mestre Telê Santana fez um time desacreditado, que havia feito um pífio campeonato Paulista e estava na posição intermediária do Campeonato Brasileiro conseguir se recupera e chegar até a final. Já imaginou algum treinador atualmente fazer isso em poucos meses?


Isso só foi o começo. No ano seguinte, em 1991, Telê Santana finalmente se sagrou Campeão Paulista e de quebra conquistou também o Campeonato Brasileiro pelo São Paulo.


Foi o suficiente para o amor pelo São Paulo brotar em mim – e em dezenas de crianças da mesma idade que a minha. O auge certamente, que faz Telê Santana ser imbatível foram as conquistas da Libertadores e o Mundial de 1992 e 1993. Sem citar os outros títulos, sem citar a herança que ele nos deixou ou os jogadores que revelou.


Nós éramos imbatíveis. Um time de dar orgulho, de vestir a camisa, beijar o escudo. De não ter medo de nenhum adversário. Foi uma época de ouro, e certamente é a época que todo são-paulino vai se lembrar, para sempre.


Muita gente se diz grata por ter visto Rogério Ceni jogar. Eu sou grata por ter visto Telê Santana comandar e logo depois Rogério Ceni brilhar e suprir o vazio que o mestre nos deixou. Nunca um técnico que sentar no banco de reservas do São Paulo poderá ser comparado a ele; não existe comparação.


Mas infelizmente a alegria durou pouco e em 1996 nosso mestre teve que ser afastado por causa de uma isquemia cerebral que debilitou sua saúde de tal modo que o então auxiliar técnico Muricy Ramalho (conhecido de todos) foi promovido a técnico do São Paulo.


Telê Santana partiu em 21 de abril de 2006, no mesmo dia de Tiradentes morto em de 1792 e da morte Tancredo Neves. Telê Santana, um herói do Brasil. Ele foi unanimidade, homenageado em todos os estádios. Lembrado eternamente pela torcida tricolor.

É por isso tudo, que muitos torcedores não aceitam o que anda acontecendo no São Paulo nos últimos anos. Não precisamos viver do passado; precisamos nos espelhar nele. Não é vergonha nenhuma se lembrar de Telê Santana, mas que ele seja um exemplo para os dirigentes tricolores.

O São Paulo é grande demais para abrigar jogadores e técnicos medíocres. Já que é para perder, quanto mais cedo perder, menor o trauma... nossa única chance de mudança” – Infelizmente, é o meu pensamento hoje.


Vivian Lourenço, 25 anos, jornalista formada desde 2008, assessora de imprensa e freelancer. Comecei a torcer pelo tricolor por conta própria, depois do primeiro título da Libertadores. Uma paixão incondicional. Apaixonada pela escrita e pelo futebol. Colaboro com alguns sites e blog debatendo e mostrando a minha paixão pelo esporte e pelo São Paulo.
twitter.com/_vivis


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