segunda-feira, 3 de maio de 2010

Soberania não é soberba

por Carlos Port

Soube recentemente, pelo Twitter, que uma petição online pela saída de Ricardo Gomes foi lançada na Internet. Eis o link de acesso: http://www.petitiononline.com/mod_perl/signed.cgi?foraRG
Com toda consciência, afirmo aos amigos tricolores, pode ser um movimento de mobilização tricolor, mas que não resultará em nada.
Mas como torcedor da arquibancada, tenho algo a exclamar, vindo do sentimento de amor em 3 cores, inspiração até, de placa no Memorial Tricolor.

A centralização do poder talvez seja um dos problemas maiores do SPFC hoje.

Muitas decisões importantes nas mãos de quem conhece muito de empreendorismo, de política e bastidores, de patrimônio e estrutura da grandeza tricolor, PORÉM, de futebol jogado no campo, a soberba atrapalha e muito.
Estamos falando de Juvenal Juvêncio.

Presidente que em sua primeira gestão no final dos anos 80, chegou a conduzir o SPFC a uma divisão inferior do futebol paulista, salvo por um regulamento no ano seguinte. Não caímos por ato legítimo da Federação Paulista de Futebol, mas a vergonhosa passagem não se apaga.

E voltou a ser assim na era atual. Seus defensores dirão: 3 Brasileiros! Querem mais o quê?

Eu afirmo, humildade e grandeza resgatada do SPFC, para recuperar o temor e respeito dos rivais brasileiros na principal competição do continente, a Libertadores.
4 fracassos de Libertadores consecutivos para times do Brasil, fazendo com que o time perdesse, a condição de dono da América no país, apesar de ainda ser, o maior campeão. Mas os rivais não temem mais o Tricolor como antigamente. É fato.

Coincidência ou não, o tabu de 4 anos contra o maior rival se perdeu e se transformou em 3 anos sem vitórias sobre eles na gestão Juvenal Juvêncio.

Coincidência ou não, nunca desde a sua fundação, havíamos perdido 6 clássicos consecutivos em um mesmo campeonato.

Coincidência ou não, desde a saída do meia Danilo no final de 2006, não temos mais quem arme o time são-paulino e chame a responsabilidade. Se hoje o 10 autêntico é tão difícil, que seja o 9, o 8, o 11, o 7, mas aquele, que seja quem desequilibre, que o SPFC contrate porque a ÚNICA contratação de peso em 4 anos de JJ foi Dagoberto. Muito pouco.
Para não ser injusto, Jorge Wagner também.

E claro, os zagueiros que ao longo do tempo, mantiveram o SPFC sempre com grandes defesas.

Perguntarão de Cicinho. Sim, um grande nome. Os reforços de 2010, sim, foram diversos. A política do bom e barato em evidência, a exploração da Lei Pelé que trouxe revelações e veteranos de clubes rebaixados. Seria o suficiente para o porte do SPFC?

Estamos falando de algo mais. Algo que vá além da legislação vigente, da falta de ousadia.

Do CARA.

Do craque que atrai o torcedor para o estádio, aumenta venda de camisas, expõe mais o time na mídia, fortalece a confiança do elenco e deixa o rival com medo real.

Em todos os anos das gestões de Juvenal Juvêncio, esse jogador NÃO foi contratado.

Apenas o fez com Adriano, uma aposta de risco de um atleta com sérios problemas na época de sua breve passagem pelo Morumbi e mesmo assim, sem custos elevados.

Falta ação, de um marketing que trabalhe em um projeto nesse sentido, departamento do clube aliás, que precisa entender de vez, que hoje a nação tricolor é massa, é povão, se pretende mesmo, fazer do Tricolor a maior torcida do Brasil. Dessa maneira, elitizando somente campanhas e produtos, jamais será possível. E no plano do futebol, nenhum projeto, como os assistidos nos esforços rivais.
Tudo isso, aliado ao presidente centralizador.

Onde está a oposição do SPFC?

A voz dos ex-presidentes e grandes diretores?

Por isso, um abaixo-assinado de torcida realmente não terá efeito algum, porque no SPFC de hoje, parece que o poder não permite se ouvir a voz da nação tricolor e os seus sentimentos.

Que historicamente, tiveram participação decisiva nos destinos de técnicos e jogadores que não honraram a camisa, não precisando ser sócio do clube, participar de conselho algum ou ocupar cargos de diretoria, para exigir atitude e conseguir mudanças no SPFC.
Mas nossa missão, enquanto torcida, jamais será esmorecida.
E estaremos lá, nos sentimentos movidos por um ideal, ao lado do Tricolor!
Apoiando sempre, mesmo naquilo que salta e dói na retina da torcida que conhece o gigantismo do seu clube.
Saudações Tricolores!

Carlos Port, tem 37 anos, formado em Direito e Administração, trabalha com comunicação. São-paulino de terceira geração, avô, pai e filho, é o fundador-presidente dos Guerreiros daTradição e Respeito ao SPFC. Criador do blog Opinião Tricolor e da comunidade São Paulo FC O Mais Querido, dedica enquanto torcedor, uma vida de amor ao SPFC.

twitter.com/carlosport

Share/Bookmark
http://farm3.static.flickr.com/2732/4164774294_84fde3825b_o.jpg
blog comments powered by Disqus