Camisa 10: necessidade ou independência?

Alguns comentaristas esportivos dizem que a crise do nosso rival Palmeiras tem como um dos motivos a ausência de Clayton Xavier, o camisa 10 alviverde. Mas na teoria o que é um camisa 10? É o que nós chamamos de meia armador: aquele jogador que cria o perfil das jogadas no ataque (adequando a jogada ao tipo de defesa e ao momento do jogo). Geralmente esses jogadores têm muita habilidade com a bola e ajudam na organização do time.

O Hernanes pode até ter o "10" estampado no seu uniforme, mas ele não cumpre "à risca" com as características com que padronizamos um camisa 10. Podemos defini-lo como um volante que joga bem e grande parte desse bom futebol melhora muito o entrosamento do meio campo. Como não temos um meia criativo especificamente, o time todo se empenha para criar as jogadas no ataque e não somente o Hernanes (eu já vi até o Miranda e André Dias armando jogadas).

No começo do ano quando o Muricy ainda estava no São Paulo e o time estava perdendo muito, atribuíram as derrotas à previsibilidade no ataque (na maioria das vezes pelos famosos "chuveirinhos"), ou seja, falta de criatividade. Quando o Ricardo Gomes chegou ao São Paulo e o time começou a ganhar, o time ganhou em criatividade, mesmo sem um jogador armador.

Muitos acham um absurdo o São Paulo não ter um camisa 10 pelo passado histórico e pelos craques que já vestiram a camisa com esse número. Infelizmente, a diretoria do SPFC não trouxe esse tipo de meia (por motivos não revelados para a maioria dos torcedores e por isso não pretendo focar essa questão aqui), mas o técnico em situações como essa tenta montar um time competitivo com as peças que ele tem.

Opinião da estagiária: Não acho ruim o São Paulo não ter um meia armador porque o time ficaria muito dependente de um jogador só. Outros pontos vantajosos que essa falta pode trazer são: o aumento da criatividade individual e da união do grupo.

Estagiária a colunista do blog, Kátia Souza.