sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Até quando daremos tempo ao tempo?

por Camila Zanluchi

Créditos Foto: Rubens Chiri/www.saopaulofc.net

Pra começar o meu texto dessa semana necessito de um momento de confissão aqui perante vocês. Ontem, passei a tarde escrevendo o meu texto de hoje, que não tinha absolutamente nada a ver com o fatídico jogo de ontem à noite. Achei que escrever um texto sobre o jogo contra o Once Caldas seria maçante para a maioria dos são paulinos, visto que no dia seguinte todos só escreveriam sobre esse tema em questão, devido a isso tomei a decisão de escrever sobre um tema diverso.

Mas ontem à noite, lá pelas 22h10min mais ou menos resolvi que hoje acordaria mais cedo para escrever pelo menos algumas palavras sobre aquele evento ocorrido na Colômbia, evento esse tão esperado durante todo o dia por todos os são paulinos espalhados pelo mundo, e que com certeza absoluta nesse mesmo horário se arrependeram pelo tempo gasto na frente da TV quando poderiam estar no mínimo dormindo, assim como eu.

Eu lhe pergunto amigo tricolor, o que foi aquilo?

Como um time pode entregar um jogo tão facilmente para um adversário como o São Paulo fez ontem? Um jogo ganho sim, um jogo que na mais irrisória possibilidade caminharia para um empate, buscado pelos colombianos no finalzinho do jogo – aqueles jogos bem Libertadores da América – quando todos já acreditavam na vitória.

A todo o momento eu olhava para o campo e para o ótimo elenco que possuímos e me perguntava, o que estaria acontecendo? Os porquês de alguns jogadores simplesmente terem desistido de apresentar sequer um bom futebol no decorrer do jogo, a verdade nua e crua foi que o time simplesmente teve sua bateria descarregada no intervalo de jogo, como se alguém tivesse chego aos vestiários e pedido a eles que parassem de jogar, porque o São Paulo do primeiro tempo não perderia da maneira vexatória que perdeu ontem.

Vexatória sim, porque creio piamente que não é só quando se toma uma goleada que podemos dizer que a derrota foi um vexame, muitas vezes um 0 x 0 é um vexame - como aquele contra o Corinthians, com eles com um jogador a menos o jogo todo - ou uma virada magra por 2 x 1 como o ocorrido ontem.

Há tempos que venho criticando o técnico e a forma como esse time vem jogando.

Isso desde o ano passado, quando deixamos o Campeonato Brasileiro escapar pelo meio dos nossos dedos quando tudo levava a mais um titulo e agora quando mesmo com o melhor elenco do futebol brasileiro ainda estamos apresentando um futebolzinho bem sem vergonha e apático.

Mas os otimistas inveterados – que estão sempre de plantão – vinham constantemente aos meus textos e comentavam coisas do tipo:

- Você está pessimista demais;

- Você está muito radical;

- Temos que dar mais tempo ao Ricardo Gomes;

- Calma, estamos em pré-temporada;

- Mas é apenas o Campeonato Paulista, o que interessa é a Libertadores;

- Os jogadores precisam de mais treinos juntos;

- Calma, é apenas o começo do ano;

- E a clássica né: Dê mais tempo ao time.

Agora eu lhe pergunto amigo são paulino, até quando teremos que esperar para ver um bom futebol apresentado por essa equipe? Até quando teremos que nos contentar com uma boa vitória, seguida de resultados mais ou menos e resultados péssimos?

Acabo de ver nesse momento na capa do site globo.com a manchete: Virada acende sinal de alerta no São Paulo.

Em minha opinião, esse sinal de alerta está ligado desde o ano passado e agora se transformou no maior holofote do mundo ligado, depois de ficar mais do que claro que existe alguma coisa de muito errado acontecendo com esse time.

Ou alguém aí que está lendo esse desabafo tem alguma desculpa plausível para o futebol apresentado contra o Palmeiras no domingo e contra o Once Caldas ontem? Se alguém as tiver, por favor, me elucidem com tal verdade, porque eu não as tenho desde o ano passado.

Não vou citar aqui nenhum jogador em especial, porque todos nós que assistimos aos dois últimos jogos sabemos quem vem jogando bem ou mal, quem vem comprometendo ou não o desempenho do time e cada um aqui tem suas preferências - ate porque não dizer radicais e sentimentais – por alguns jogadores, não importando o futebol por eles apresentado.

Porque afinal só isso explica a perseguição sofrida por alguns atletas constantemente, não é?

A diretoria deu todas as cartas necessárias para a comissão técnica, que está mais do que claro não esta sabendo jogar com a “boa mão” que tem.

Ontem me irritei com a passividade e a falta de garra do time, a ponto de “sapear” o controle remoto em busca do BBB no meio do segundo tempo, procurando algo que pelo menos me fizesse manter os olhos abertos e não cerrados de raiva como estavam, com a entrega do jogo tão placidamente no segundo tempo.

Por mais incrível que possa parecer ontem o nosso glorioso Tricolor Paulista ADMINISTROU A DERROTA, como se já tivessem a certeza que cedo ou tarde isso iria acontecer no decorrer do jogo.

É meu amigo, o tempo urge; e já estamos indo para o terceiro jogo da Libertadores e até agora o futebol de verdade do São Paulo está em stand by, escondido em algum canto remoto desse elenco, a espera de “não sei o que”.

E aviso aos navegantes: Esse ano só se classificam os primeiros colocados de cada grupo e os seis melhores segundos colocados; ficar na primeira fase seria vergonhoso demais – toc, toc, toc.

Se isso vier a acontecer – toc, toc, toc – não adianta querer fazer mudanças de peças e atitudes, porque aí “Inês já será morta!” e não existirá mais tempo de novo, como aconteceu nos últimos anos.

Não há mais tempo, a mudança tem que ser agora!

Antes que seja tarde demais...

E como já disse o ator Christopher Parker: “Deixar de enfrentar problemas é como um cartão de crédito: é muito divertido... Até você receber a conta”.

Saudações Tricolores.

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