terça-feira, 1 de junho de 2010

Emoção a todo instante !

por Tiago Santos

LIBERTADORES E MUNDIAL 2005.

http://www.tricolornaweb.com.br/images/galeria%20de%20fotos/liberdadores2005.jpg


“...Ah! Aquela seleção, eu me recordo muito bem. Cheguei a ver outras também passadas, porém, o esquadrão preto, vermelho e branco de 2005 e 2006, foi “O ESQUADRÃO”!


Lembro-me muito bem, como se fosse ontem, as vésperas da semifinal da Copa Santander Libertadores de 2005, acordo de manhã bem cedo, tomo uma ducha de água fria pra relaxar, vou a escola enfrentar uma poderosa e temida prova de química, envolvendo assuntos como, números quânticos, transformações térmicas, enfim, naquela hora, só conseguia pensar, era na química minha com o São Paulo Futebol Clube, nada mais, nada menos.


De pensar, que mais tarde, estaria de frente pra TV, com a bandeira tricolor empunhada e junto a ela, Santo Expedito, o santo das causas impossíveis. O tempo passava lentamente, como se não quisesse nada, estava parado, estacionado, escutava lentamente o soar das folhas balançado no jardim lá embaixo, perto dos bancos da escola, o sol, parecia que não tinha acordado.


Passavam os segundos, minutos, horas, instantes e na minha carteira de estudos, rabiscava-a por tudo quanto era lado, o símbolo do clube da fé, ou então a sigla de T.S. o cara (Telê Santana, o cara!), ou como Rogério Ceni, a muralha. Mal prestava atenção na aula, só pensava nesse jogo, dramático, contra um imbatível River Plate, na qual, semana passada, havia travado uma batalha cruel com o time argentino, no Morumbi, e ganho por 2x0, foi suado.


Recreio vem, com ele, o quarto, quinto e por fim, sexto horário, é hora de ir pra casa... E chegando nela, tomo outra ducha, vou pra frente da TV, almoçando e ligado no globo esporte, mostrando tudo sobre o páreo daquela noite, entre o clube da fé e o time argentino, era Brasil e Argentina, naquele instante.


Chega à tarde, sem barulho, tudo parecia tão calmo, pacífico, era hora de estudar, colocar as lições em dia, mas, quem disse que isso foi possível? Abrindo o livro de matemática, e na página selecionada, tento resolver umas duas equações, e por incrível que pareça, o suposto polígono que fazia parte da questão, indicava, em seus quatro cantos, as letras, ‘S’,’P’,’F’,’C’ e um ‘L’ dentro da gravura, e eu, com minha imaginação puramente fértil, juntei, formando um acrônimo “SPFC”, na mesma hora exclamei: - vejo o tricolor em todos os lugares!


E o “L”? O “L” suposto, representando o “lado” matematicamente falando, se deu lugar, a “Libertadores”, “Luta”, ”Louvor” ao clube da fé, na minha mente fantástica, nesse momento, não sabia mais o que estava acontecendo, era uma viagem pela minha mente, que não parecia terminada.


Minutos depois, aquele sentimento e empolgação cresciam, um amor franco e cordial; A professora que me perdoe com o livro, mas deixo-o de lado, puxo uma folha esbranquiçada cor de estrela, e começo a rabiscá-la, com meu lápis negro, pondo em prática, a suposta matemática que eu havia aprendido na escola, a geometria, elaborando um triângulo misturado ao retângulo, formando uma imagem, de cinco pontas fixas.


Em seguida, mais uma caixa retangular encima, e dois triângulos retos abaixo, invertidos. À vontade, parecia interminável, e mesmo assim, continuara desenhando, complementando-o com as letras superiores, SPFC. Com meu dom artístico, seleciono as cores, vermelho, preto e branco, e a cada rabisco que dava, parecia que o brilho do clube, em minha mente, ia aumentando, e mais, muito mais, nada poderia ofuscá-lo, era simplesmente incrível; Terminando minha “obra de arte”, pego uma taxinha e colo-o no mural, e desejo-me sorte para hoje à noite.


À tarde, também o tempo, passava lentamente, com uma chuvinha fina e vagarosa, para diminuir toda a tensão de tudo. Enfim, chega à noite, com céu estrelado, ventos frios, e o meu coração batia a mil, a todo o momento me questionava: - Será que vai da certo?


Hora do jogo, bandeira empunhada em mãos, o santo expedito colocado de frente ao televisor, para que possa abençoar todos nesta batalha hermana, meu coração batia mais rápido, minha respiração era continua e rápida, meu sangue corria depressa entre as veias, que sensação maluca.Ah! Aquele esquadrão, que só me emocionava, de Rogério Ceni, Lugano, Mineiro, Josué, Fabão, Edcarlos, Luizão, Amoroso e companinha só trazia coisas boas! Vamos pro jogo!


No momento em que não possuía mais unhas, começava a ficar mais nervoso ainda, me aliviei quando vi o Danilo, fazer um a zero, Antonio Farias, empatando, Amoroso, botando novamente o bem amado a frente, e para fechar a conta, Fabão marca mais um, e na tentativa de azedar o caldo são-paulino, Marcelo Salas, o carrasco chileno, faz o segundo para a equipe argentina, mas nada que possa estragar a festa tricolor, aquele ano era nosso!


Feliz da vida, quase chorando, miro minha vista ao mural, vejo o meu desenho e beijo-o, como um torcedor apaixonado pelo seu time, foi uma das sensações mais incríveis da minha vida, do um soco no ar, a lá Pelé, e abraço a minha mãe, exclamando-me, dizendo estar chistoso por tudo isso; Não imaginaria que o futebol pudera acender este sentimento tão forte dentro do meu eu, parecia estar sonhando, mas não era, era tudo verdade, era o desengasgue da libertadores do ano anterior, que havia ficado preso na garganta, o grito de final.


Por fim, vou dormir, feliz da vida, agradecendo a Deus, por tudo aquilo que ele tenha feito a mim, e ao tricolor do Morumbi, e dias depois, choraria desta vez, realmente, não por tristeza, mas sim por alegria, por alegria de alcançar o topo das Américas, e dar a volta ao mundo, enfrentar o todo poderoso Liverpool que havia ganhado do Milan. Hão de existir, pessoas que dizem, da “boca pra fora” que libertadores, é só mais uma copa, normal, insossa, uma vez que, estão profundamente enganados. Ganhar libertadores, é para poucos.


Ainda mais de pensar, que a inveja existira por outros clubes, por causa da colossal lisonja feita ao clube da fé, sempre haverá isso, já é de costume. Conquistar uma copa como essas, é alcançar a glória, é ter status de maior das Américas, é representar seu continente e seu país, no mundo, é coisa pra gente grande. Me perguntam sempre: - E esse amor, pelo bem amado? Respondo-lhes de forma curta e direta: - É uma dádiva divina ! É sentir na pele o calor da emoção, do amor profundo, da vibração, de gritar e cantar: Tu és fortes, tu és grande, dentre os grandes, és o primeiro !


Opine, palpite, participe no Diretoria Tricolor


Tiago Santos, o TykO, tem 17, estuda para ser um futuro advogado e jornalista esportivo, apaixonado por tecnologia e futebol, integrante do movimento “ Sou da Paz “ São Luis – MA, e da T.M.T (Torcida Maranhense Tricolor), tem como hobby estudar táticas futebolísticas e artes gráficas.

twitter.com/TykOz


Share/Bookmark
http://farm3.static.flickr.com/2732/4164774294_84fde3825b_o.jpg

blog comments powered by Disqus