sexta-feira, 28 de maio de 2010

A PARADA DA COPA

por Camila Zanluchi


Ano de Copa do Mundo e tudo que acontece no nosso país gira em torno de Dunga, Kaká, Luis Fabiano e adjacentes. Já se vêem bandeirolas pelas ruas, lojas enfeitadas e a imprensa tentando empolgar o torcedor com treino, embarque, café da manhã, jantar, desembarque, hotel, arredores do hotel da seleção. Confesso que no meu caso isso ainda não surtiu muito efeito, pois há muito tempo deixei de me entusiasmar com seleção brasileira, mas enfim, ano de Copa no Brasil é ANO DE COPA.


Mas você pode estar ai se perguntando, porque essa pessoa que vos fala está comentando sobre a seleção brasileira, mesmo não estando empolgada, em um site do São Paulo Futebol Clube com tantos assuntos sobre o time a serem comentados e ditos nos últimos dias? Fernandão, Rogério Ceni, o mestre Ricardo Gomes, Morumbi em 2014... Mil assuntos que você já deve estar até enjoado de ler e escutar por aí e que já não são mais novidades e nem o entusiasmam tanto assim, como por exemplo, a tal Copa do Mundo de 2010.


E ontem quando estava pensando em um assunto pra ser escrito no dia de hoje, aqui no Diretoria Tricolor, me peguei tentando achar algum tema que relacionasse o nosso São Paulo ao ano de Copa, algo que não caísse nessa mesmice que estamos lendo nos últimos dias nem relacionado ao nosso time e muito menos com o dia a dia da seleção brasileira. Algumas dezenas de minutos depois me veio em mente a tal PARADA DA COPA.


Dio Mio, como foi desanimador essa parada da Copa pra nós são paulinos esse ano. Estávamos tão empolgados com o time e com a Libertadores. O time estava em nirvana com aquelas duas classificações maravilhosas que tivemos contra o Universitário nos penais e contra o Cruzeiro e vem agora esse balde de água fria chamada PARADA DA COPA pra nós dizer: Não se empolgue mais por favor, você passará mais de um mês sem ver o seu time jogar e sem Libertadores da América, só vendo o time do Dunga penar na Copa.


Sim amigo são paulino, daqui eu consigo vislumbrar a sua face triste com essa noticia. Teremos que por mais de um mês ver um goleiro no gol que não será o MITO, teremos que ver no ataque um atacante que não seja Fernandão e o pior, teremos que ver por mais de um mês uma zaga que não será Miranda e Alex Silva. Ahhhhhh... Sim, eu também entrei em pânico.


Mas já que não nos resta outra opção, vamos falar dessa tal PARADA DA COPA.

Fui então buscar na memória e no google é claro - visto que já tenho uma idade que a memória já dá indícios de falha – como o São Paulo se saiu nos anos em que estava na Libertadores e essa parada da Copa existiu. Confesso que não fiquei muito entusiasmada com o que achei, digamos que não costumamos sair vencedores de anos de Copa do Mundo.


Na minha lembrança tenho os últimos 15 anos de Libertadores. O restante foi necessário consultar a história pra me informar. O São Paulo participa da Libertadores desde 1972, foram 15 participações até hoje, com 146 jogos, 76 vitórias, 37 empates e 34 derrotas; regados a 228 gols prós e 131 contras.


Participamos de cinco Libertadores em ano de Copa do Mundo (sem contar a desse ano de 2010), nos anos de 1974, 1978, 1982, 1994 e 2006.


Em 1974, jogamos 13 jogos e fomos vice-campeões, perdendo na final para o Independiente do Chile, ano que o Brasil ficou em quarto lugar na Copa do Mundo. Já em 1978 e 1982 tivemos campanhas medíocres na Libertadores, jogando apenas 6 jogos e saindo já na primeira fase da competição, em 1978 o Brasil foi vice e em 82 foi eliminado nas quartas de finais pela Itália.


Não, eu não sou o Milton Neves, então precisei consultar tudo isso no google mesmo, porque nem viva eu era ainda, quanto mais são paulina.


Mas em contra partida os anos de 1994 e 2006 estão bem vivos na minha memória, afinal foram duas derrotas que marcaram pra sempre a vida de todo são paulino com mais de 25 anos.


Em 94 a parada da Copa foi inesquecível para o São Paulo. Lembro como se fosse hoje, eram jogos de oitavas de finais e jogávamos contra o Palmeiras, e no primeiro jogo no dia 27 de abril houve o empate de 0 x 0 no Parque Antártica. Parada pra Copa, Brasil campeão e na volta, já com os tetracampeões Zetti, Cafu e Muller em campo ganhamos por 2 a 1 no Morumbi, com dois gols de Euller. Nas quartas passamos pelo Unión Espanhola do Chile em um jogo no Morumbi, que estava com mais de 100 mil torcedores em uma quarta-feira a tarde, por 4 a 3. Sierra quase nos derrubou aquele dia.


Mas infelizmente as boas lembranças terminam aí.

Quem não se lembra daquela fatídica cobrança de pênalti de Palhinha, na final da Libertadores de 1994 contra o Vélez? Morumbi abarrotado, todos com a bandeira do Japão na mão, certos que mais uma vez iríamos ao Japão, pela terceira vez seguida. Dói-me lembrar daquele dia até hoje, pois eu era uma das pessoas que estavam com a bandeira do Japão nas mãos no Morumbi.


Já em 2006 aposto que a maioria de vocês ainda se lembra.

Nas oitava de finais, tiramos o Palmeiras novamente da Libertadores – pra variar – e nas quartas de finais, enfrentamos o Estudiantes na Argentina no dia 08 de maio, e perdemos por 1 a 0. PARADA DA COPA e na volta no final de julho, ganhamos por 1 a 0 nos 90 minutos e nos pênaltis eliminamos os argentinos. Lembro como se fosse hoje também, de Danilo perdendo um pênalti, Rogério Ceni pegando um e o atacante do Estudiantes batendo o ultimo pênalti pra fora.


O final todo mundo conhece.

Primeiro jogo, Internacional 2 a 1 em pleno Morumbi e no segundo no Beira Rio, Inter 2 x 2 São Paulo, ah Fernandão...


Resumindo amigo são paulino, de 5 participações do São Paulo em ano de Copa do Mundo, fomos vice em 3 e saímos na primeira fase em duas. As PARADAS DA COPA nos foram benéficas, pois ganhamos os jogos que foram separados por elas.


Enfim... Superaremos essa fase de abstinência novamente, afinal...

Quem com Fernandão fere, com Fernandão será ferido.

Saudações Tricolores!


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Camila Zanluchi, 30 anos, uma quase psicóloga de corpo e futura jornalista de coração. Criada em uma familia palmeirense, aos 12 anos no primeiro titulo da Libertadores do São Paulo foi tomada por um amor incondicional ao time, que é demonstrado diariamente desde então. Apaixonada por escrever e por futebol, juntou o útil ao agradável e hoje colabora com alguns blogs decorrendo sobre suas paixões.

twitter.com/camilazanluchi

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